Projeto Direitos Humanos no JCNET.com.br

Obrigada, Greice Luiz, pela o artigo sobre o Projeto Direitos Humanos: A Bola da Vez e pela consideração ao trabalho desenvolvido.





JCNET.com.br



29/10/15 07:00 - 
Tribuna do Leitor

Projeto direitos humanos, a bola da vez

Greice Luiz
Artigo 1º - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. É assim que começo o texto. Pela primeira vez vi a lei valer a pena. Em uma sociedade em que o capitalismo e o individualismo imperam, ainda existem as maçãs boas no cesto de frutas da nossa grande Bauru Sem Limites.

Não sei se você já reparou isso, mas Bauru, a cidade que tem mais ou menos 360 mil habitantes, é recheada de cidadãos que transformam realidade sem contar muito com ajuda de governantes e não ficam apáticos aguardando o dia em que um bom samaritano resolverá ajudar e as campanhas eleitorais, bom! Deve estar questionando o que estou dizendo?

Na verdade, estou me referindo sobre o trabalho da professora Luiza Rima e os alunos sobre Direitos Humanos a Bola da vez – Serviços Jurídicos – Igualdade Racial! Este projeto está mudando vidas a apresentando para a sociedade bauruense pessoas que no cotidiano lutam para uma sociedade mais digna, humana e consciente. Estão oferecendo espaço de colocar a lei em prática. Semana passada participei de uma atividade sobre a luta da igualdade racial, guerra que enfrentamos diariamente e existem pessoas que acreditam que não são essenciais estas ações afirmativas...

Enfim, cada dia foi um palestrante diferente apresentando o seu trabalho. Exemplo: houve apresentações da dança do kuduro, palestra das encrespadas, tranças afros, workshop de turbantes, desfile Beleza Negra, contos africanos, palestra sobre a cultura angolana, entre outras atividades. Este trabalho está de parabéns! Necessitamos de atividades afirmativas como esta que promove o conhecimento e auxilia na eliminação do preconceito e do racismo.

Lembrando que 53% da população brasileira são negros, mas as oportunidades não são as mesmas.Muitos acreditam que este assunto é chato, maçante e não é de interesse público, e que a sociedade evoluiu muito e tal, mas, sinto muito, é essencial lembrar e propagar sobre movimentos, palestras, eventos, encontros, festas, políticas afirmativas até conseguirmos  conscientização e a igualdade tão sonhada.

Porque ser negro no Brasil é acordar todos os dias tendo de provar que tem capacidade, é lutar todos os dias para conquistar sonhos e objetivos mesmo com vários desafios, é sobreviver a toda pressão da mídia e sociedade em massacrar a sua autoestima, é lembrar todos os dias que também é consumidor, é temer uma abordagem e possível condenação sem dever nada, é assumir um papel de guerreiro para a vida toda.

Se na época da libertação o governo tivesse um projeto de moradia, educação e saúde acolhendo os negros ao invés de deixá-los sobreviver à margem da sociedade, hoje não teriam tantos abismos entre uma realidade e outra. Fingir que este problema não existe só ajuda a dificultar a evolução e faz o barulho e o peso das correntes se arrastar por mais séculos.

Nosso ensino público precisa de atividades como esta, que tragam para perto dos alunos a verdadeira história. As minhas felicitações vão para todos que participaram deste projeto, a ferramenta para construirmos um mundo melhor é ser fraternal, sempre.

Comentários